ou por que a escuta é mais eficiente do que a opinião quando você decide apoiar alguém?
Estar afetado é ser movido do lugar da indiferença, é mais que comoção é posicionamento e nem sempre significa uma reação afável, pessoas pró-aborto se veem afetadas por mulheres reivindicando o direito ao próprio corpo e isso não significa acolhimento e sim opinião. Tá bem, acabei indo pro extremo pra dizer que muitas vezes por mais empáticx, generosx e cheix de boas intenções, você nunca, eu repito, nunca saberá exatamente por qual problema a outra pessoa está passando. E sabe por quê? Te falta a vivência.
Não, esse não é um post pra desencorajar a empatia, por favor, não pense que você foi empáticx erradx ou em vão, só estou falando que é muito comum a gente se dispor a ajudar tão somente por acreditar que temos a opinião certa pro momento. Só que apoiar requer cuidado. Quando alguém desabafa ou quando você vê uma situação que coloca qualquer pessoa numa posição vulnerável, automaticamente acreditamos ter superpoderes pra ajudar, e aí tiramos o foco da situação ou até mesmo da pessoa para que o refletor esteja no auge da nossa empatia.
Empatia não é sobre você, é sobre o outro. Não é apenas “calçar os sapatos da outra pessoa” mas perceber que os calos que ela tem por conviver com aqueles sapatos não estão em seus pés. E o que sugiro nesses momentos? Escute, muitas vezes (embora nem sempre) o outro sabe onde estão os erros, não precisa repetir. Seja afetuosx, demonstre apoio pra além das palavras. Internalize que o problema é maior do que sua opinião. Deixe que a pessoa te mostre como quer ser ajudada e se ainda assim a sua opinião for preciosa (e a gente sempre acha que é, tanto que eu tô aqui dando a minha), use com moderação. Empatia não é sobre você.
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